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"... Se eu ordenasse que um general se transformasse em gaivota, e o general não me obedecesse, a culpa não seria do general, seria minha... É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar... a autoridade repousa sobre a razão..."

Antoine Saint Exúpery
O Pequeno Príncipe

domingo, 3 de junho de 2012


A LAGOA

 A lagoa era transparente, era de vidro

 Era grande, era enorme

 Muitos a admiravam, centenas visitavam

 Tudo representava grandeza

 Tamanho, cor, visitantes

 Assim era a lagoa

 A lagoa de vidro

 que reluzia, que brilhava, que refletia

 Nas transparências de suas águas

 A lagoa ocultou a imagem dele

 Ele, que assim como a lagoa

 transparente, claro e inocente

 Se foi, junto com a lagoa

 Em meio a tanta grandeza

 ele se tornou pequeno, tão pequeno,

 Incapaz de ser visto, notado, socorrido

 E a lagoa envolveu-se, e enlaçou-se

 Confundiu-se com a inocência do menino

 Tornando-se apenas uma lagoa

 a lagoa de vidro agora era lágrima,

e como toda lágrima, se esparramou

e se transformou em dor

 e como toda dor se transforma com a idade

 com a idade, a dor virou saudade.

 Saudades do irmão que se foi com a lagoa

 a lagoa de vidro...